Saiba Mais Sobre: Setup básico para um Home Studio

Saiba Mais Sobre: Setup básico para um Home Studio


por Mario Megatallica

Num belo dia você está no seu quarto, com seu instrumento musical em mãos, tocando a horas e então começa a ter uma idéia musical: um riff, um solo, a base de um refrão, um arranjo, etc. E depois de mais uma hora sua idéia virou um riff matador, um arranjo fenomenal, um solo incrível ou um refrão bem radiofônico. Excelente! Mas, o que fazer para não perder está idéia genial? Tocá-la o resto do dia para memorizá-la? Tentar escrever isso em forma de sinais em um papel? Pedir para um amigo gravá-la num celular? Talvez sim. E se em vez de um pedaço de música você tiver um CD inteiro para gravar? O melhor mesmo seria gravar esse material num computador, certo? É neste momento que muitos músicos - profissionais ou amadores - percebem que nenhuma máquina sai da loja pronta para fazer uma gravação musical; eis então que surge a pergunta fatídica: como é possível fazer uma gravação num computador?

Pouca gente sabe que para fazer uma gravação minimamente profissional em casa é necessário ter um pequeno aparato tecnológico à disposição. Alguns ítens são fundamentais, outros nem tanto, outros talvez você nunca vai usar, logo, a primeira coisa a se fazer é definir quanto você pretende gastar com seu home studio: mil reais, dois mil reais, cinco, dez, vinte mil reais? Defina seu orçamento e parta em seguida para o estabelecimento das prioridades. E quais são as elas? Com certeza equipamentos sem os quais não é possível fazer uma gravação, por exemplo, uma placa de som profissional. As placas de som que vêm com nossos computadores (on-boards) não são profissionais, ou seja, se você tentar fazer uma gravação com alguma desse tipo provavelmente vai ter que comprar outra porque elas suportam taxas de resolução consideradas baixas, como 16 bits e 48KHz, podem queimar facilmente, sem falar que capturam qualquer sinal de maneira muito precária, sem qualidade. Portanto, procure uma placa de som profissional para não ter problemas, mas sim qualidade na sua gravação. Os modelos mais comuns são os "audio cards", que são placas que instalamos diretamente nos slots PCI da placa-mãe do nosso computador - por exemplo, as Delta 1010LT da M-Audio - e as famosas "interfaces" de áudio, que são placas de som externas que se comunicam com o PC através de um cabo ligado à placa-mãe do mesmo - por exemplo, as Fast Track, 1814FW e Profire2626 da M-audio, FA66 e UA101 da Edirol, entre tantas outras - sendo os modelos mais comuns as de conexão USB 2.0 e Firewire. Vale lembrar que quem opta por audio cards geralmente precisa de pré-amplificadores de sinal já que estes modelos de placa possuem poucos canais com pré-amp; traduzindo, quem usa audio card usa mesas de som como pré-amp, por isso, procure escolher uma mesa de marca conhecida, com saída de monitor e o maior número possível de direct outs e inserts.

Próximo ítem: monitor de referência, mais conhecido como caixas de som. Os monitores vão ajudar você a acompanhar tudo que está sendo gravado, é por eles que você vai escutar tudo que está sendo executado e é através deles que você vai dar um trato no material gravado, por isso, tente obter os melhores monitores que seu orçamento permitir, caso contário, você poderá ser induzido ao erro durante a mixagem devido às deficiências nas respostas dos seus monitores. Monitores pequenos geralmente tem resposta de grave insatisfatória; se você for gravar voz e violão, tudo bem, mas se for gravar música eletrônica vai ter uma grande surpresa quando ouvir sua mixagem em caixas de som maiores ou mesmo no carro do seu amigo. Você ainda pode optar por usar um fone de ouvido para monitorar sua gravação, mas escolha um grande, com ampla resposta de frequência.

E mais um ítem essencial seria o microfone, principalmente para quem quer gravar voz, percussão e amplificadores de guitarra e/ou baixo. Procure adquirir os mais variados possíveis; dinâmicos, condensadores, cardióides, supercardióides, omnidirecionais, de diafragma grande e pequeno. Alguns como o B2 Pro da Behringer, Sm57 e SM58 da Shure e os CO2 da Samsom são presença constante em home studios. Se seu orçamento permitir você pode adquirir também algum da AKG ou da Audio Technica que sempre dispõem de ótimos microfones para diversas circunstâncias.

O próximo ítem é bastante pessoal: se trata do software de gravação. O mercado está inundado de opções de softwares de gravação atualmente, logo, sua única preocpação deve ser escolher um deles e se aprofundar no seu uso. Os mais comuns hoje são o Acid Pro e o Vegas, da Sony, o Sonar, da Cakewalk, O Nuendo e o Cubase, da Steinberg-Yamaha, e o hegemônico Protools, da Digidesign. Escolha algum, leia seu manual, procure tutoriais em vídeo na internet, pergunte sobre ele aos seus amigos e vá desbravando o universo do software que você escolheu. Lembre-se: o melhor software é aquele que você sabe usar, portanto, você deve dominá-lo, e não ele dominar você.

Em alguns home sudios mais bem estruturados, ocorre em algum momento a necessidade de se montar um rack de periféricos, que são equipamentos externos que muitas vezes fazem as mesmas funções que encontramos nos famosos plugins de efeitos dos softwares de gravação, porém, com qualidade ou timbre diferenciados. Para quem opta por montar um rack é bom ter um pré-amp valvulado, um compressor, um multiprocessador de efeitos, um equalizador, um gabinete de reverb, enfim, qualquer aparelho que venha a suprir uma necessidade que seu programa de gravação não consegue suprir através dos VST-plugins.

No fim das contas cada home studio tem sua peculiaridade e, por conseguinte, uma necessidade específica em relação à aparelhagem, mas, de modo geral, estes são os equipamentos mais comuns usados em home studios, principalmente os pequenos, comandados por quem quer apenas fazer uma simples gravação de uma idéia que surgiu do nada ou quer fazer uma pequena pré-produção de um CD em casa, logo, você é a única pessoa que pode definir com precisão o que seu home studio precisa para realizar seu sonho de gravar sua música no seu quarto. Estas dicas servem apenas para guiar seus primeiros passos mas espero que possam ajudá-lo no processo de escolha do seu equipamento. Até a próxima!

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