Neste artigo o mestre do home studio Sérgio Izeckson explica o que são as placas e as interfaces de áudio para computador, um ítem essencial em qualquer studio na atualidade. O professor fala sobre os diversos modelos existentes, suas características, funções e muito mais.
Placas e Interfaces de Áudio
por Sérgio Izeckson*
Desde que o computador “engoliu” o estúdio, as placas de som ou interfaces de áudio se tornaram o item mais crítico entre os equipamentos de gravação. Escolher o modelo ideal é um momento delicado para quem vai investir. Hoje, temos marcas de ótimo nível para todo tipo de necessidade e orçamento. Seja para usuários das mesas analógicas, das digitais e até para os que têm horror às mesas, são diversos modelos com quantidade variada de recursos. Os preços caíram muito de uns anos para cá e as opções se multiplicaram.
Para escolhermos uma placa de som temos que levar em conta uma série de questões. Primeiro, os tipos de conexões: analógicas, com um conversor AD (analógico-digital) em cada entrada e DA (digital-analógico) em cada saída; ou digitais (usando conversores AD/DA externos, como os de uma mesa digital). Nas placas com conexões analógicas, temos que considerar também a qualidade dos conversores AD e DA, e ainda os formatos e a quantidade desses conectores, que determina a quantidade de canais de entrada e saída de áudio. Segundo, a presença do processador digital de sinal, ou DSP, que divide as tarefas de processamento com a CPU do computador, acelerando o processamento do som. Em terceiro lugar, a compatibilidade do driver (o software controlador da placa) com as demais peças do computador e sua capacidade de trabalhar com os diversos programas tem que ser seriamente levada em consideração. Outros fatores importantes são as conexões MIDI, o suporte técnico e, claro, o preço.
As interfaces de áudio podem ser ligadas ao computador por conectores no formato PCI (internas ou mistas), Firewire e USB (externas). As PCI são mais estáveis, mas só servem para desktops, os computadores de mesa. Placas PCI podem ser acompanhadas de uma caixa ou rack para que os conectores fiquem afastados do computador e facilitar as ligações, embora as que têm conectores na própria placa sejam blindadas contra ruídos ou interferências. As placas portáteis para notebooks e desktops são as que usam conectores Firewire e USB.
Esqueça as Soundblaster e as placas on board (som da placa-mãe). Têm qualidade sonora bem inferior e não têm velocidade de processamento para rodar os principais programas de áudio e música.
Existem inúmeros modelos de interfaces em forma de placa, rack, ou embutidas em mesas, microfones, instrumentos e pré-amplificadores. As marcas M-Audio, Digidesign, Echo, MOTU estão entre as mais usadas no Brasil, mas também há ótimos modelos de outras marcas, como E-Mu, Yamaha, Edirol, Tascam, Ego System, Presonus, RME, Line6 e outras.
Placas PCI para uso com mesas analógicas ou com pré-amplificadores
Se as saídas de sua mesa ou pré-amplificador forem analógicas, as entradas e saídas de sua placa de som precisarão de bons conversores AD/DA que garantam a boa qualidade do som digital. A quantidade de canais depende da necessidade de cada estúdio e deve ser decidida junto com a escolha da mesa e da placa de som. As duas estão intimamente relacionadas. Seria um desperdício, por exemplo, optar por uma mesa com oito saídas para gravação e uma placa com apenas duas ou quatro entradas. É melhor que a quantidade de “mandadas” ou saídas para gravação da mesa seja igual ao número de entradas da placa.
Para trabalharmos com mesas analógicas, as opções de placas de som são variadas e dependem da maneira como operamos. Muitos estúdios dispensam a gravação da bateria acústica, optando pela programação MIDI de instrumentos virtuais ou eletrônicos, ou ainda pelo uso de loops de bateria. Se o estúdio puder gravar os demais instrumentos um por um, não precisará de um investimento alto para se equipar. Uma placa com dois canais de entrada costuma ser suficiente. Há placas com duas entradas e duas saídas de baixo custo e ótimo som, como a MiaMIDI da Echo, as 1212M e 0404 da E-Mu e as Audiophile 2496 e 192 da M-Audio.
Uma placa de som com mais canais de saída, mesmo que tenha apenas duas entradas, dá mais agilidade e liberdade ao estúdio. Se você gravar um instrumento de cada vez, mas monitorar cada um por uma diferente saída da placa em vários canais da mesa, você pode rapidamente equalizar os canais de monitoração na mesa analógica, facilitando o processo de gravação. Poderá também usar efeitos analógicos, mesmo mixando em uma mesa virtual.
A placa Gina3G da Echo, tem duas entradas e seis saídas balanceadas, além de conexões ADAT óticas e S/PDIF coaxiais (RCA) de entrada e saída que poderão ser usadas se você adquirir uma mesa digital ou um conversor externo. As placas Delta 66 e Delta 44 da M-Audio, com suas quatro entradas e saídas analógicas também são boas opções. A Delta 66 também tem uma conexão S/PDIF. Estes modelos vêm com os conectores em um rack.
Continuando no terreno das mesas analógicas, quem for gravar grupos instrumentais ou vocais ou bateria acústica através de vários microfones, precisará de pelo menos uma ou duas interfaces de oito canais ou mais. Com oito ou 16 canais podemos registrar as várias fontes sonoras em diversas pistas e mixar no computador ou na mesa. Mesmo gravando um número bem maior de pistas, podemos agrupá-las para que saiam para a mesa pelos diversos canais da interface. As placas mais usadas, neste caso, são a Delta 1010 da M-Audio, a MOTU 2408 (que também tem vários conectores digitais, num total de 24 canais), a Layla 3G da Echo (também com conexões digitais), e a Digidesign 003, esta última específica para o programa Pro Tools LE. Todas com rack.
Um modelo econômico e com muitos recursos, compatível com todos os programas, é a Delta 1010LT da M-Audio, que deve seu baixo custo às conexões de áudio e MIDI diretamente ligadas por fios à placa PCI, sem um rack ou outro gabinete. Este desconforto permite que ela custe a metade do preço da sua irmã maior, a Delta 1010, que, embora tenha o rack, possui os mesmos recursos da outra. A LT ainda tem duas entradas XLR para microfones dinâmicos, que podem ser revertidas para entradas de linha.
Interfaces portáteis
Há um grande número de interfaces com conectores USB e Firewire. No caso de você optar por uma interface portátil, prefira as Firewire ou USB 2.0, já que as que usam conexão USB 1.1, além de não gerenciarem muito bem um número maior que dois canais de áudio simultâneos, têm limitações quanto ao ganho do sinal de áudio, podendo apresentar mais baixa intensidade e distorções no som. Para ligar uma dessas interfaces ao computador, use o conector Firewire ou USB 2.0 da sua placa-mãe ou adicione-o através de uma placa de expansão. Evite usar essas conexões como fonte de alimentação elétrica: ligue a interface na tomada.
Modelos populares com conectores USB são as interfaces M-Audio Fast Track, Pro e Ultra (esta com USB 2.0), assim como a E-Mu 0404 USB 2.0 e a MOTU 828mkII,. As mais usadas interfaces Firewire são as M-Audio 1814, 410 e Solo, assim como os modelos da Echo AudioFire 2, 4, 8 e 12, da MOTU, como a UltraLite, a 828mk3 e a Traveler.
Sem a mesa
Alguns estúdios optam por conectar os microfones diretamente ao computador e realizam dentro dele todo o trabalho de gravação, processamento e mixagem. Para abdicar da mesa de som, precisaremos de pré-amplificadores para os microfones e conectá-los à placa de som. O ideal aí pode ser uma interface de áudio que contenha um ou mais pré-amplificadores, mas a maioria só tem entradas em nível de linha. As já citadas M-Audio Delta 1010LT e Fast Track, Yamaha GO46 e também a Mackie Spike são modelos que também contêm pré-amplificadores para microfones. Algumas incluem phantom power para podermos conectar microfones a condensador.
Sem a placa
Hoje já são comuns interfaces de áudio incorporadas a pré-amplificadores, como a Spike da Mackie, a teclados controladores, como o Ozone (USB) e o Ozonic (Firewire) da M-Audio e até mesmo a mesas analógicas, como a Onix da Mackie, ou a superfícies de controle, como a ProjectMix I/O da M-Audio. Todos esses modelos dispensam a placa de som, ou melhor, já a possuem dentro de si. Existem ainda microfones, guitarras e pedaleiras de efeitos com interface de áudio embutida. O inconveniente desses últimos é que é uma interface de entrada, mas geralmente só com saída para fones. Para ouvirmos o som nos monitores, precisaríamos de outra placa de som.
Placas para mesas digitais
O estúdio que usa uma mesa digital pode dispensar os conversores AD/DA de sua placa de som. O áudio é convertido em digital ao entrar na mesa e pode ser transmitido diretamente para o computador através de um cabo digital. A conexão mais usada é a do tipo TOS link, conhecida como ADAT ótica ou lightpipe, que envia oito canais por um cabo de fibra ótica. A mesa pode ter uma, duas ou três dessas saídas, que mandam para fora oito, 16 ou 24 canais. As conexões S/PDIF, presentes em quase todas as placas, têm apenas dois canais.
De acordo com a quantidade de conexões TOS link da mesa, escolhemos uma placa com a mesma quantidade de entradas. Por exemplo, se tiver uma mesa com uma saída TOS link, você pode usar a placa WaveCenter, da Frontier. Além da entrada e da saída TOS link, ela tem S/PDIF e duas portas MIDI. Se a mesa tiver 3 saídas TOS link, você pode usar uma Dakota mais a sua expansão, a Montana, cada uma com duas conexões TOS link de entrada e saída. Com três entradas e três saídas, mandamos 24 canais de áudio da mesa para a placa e os recebemos de volta. Outra opção é a interface MOTU 2408, que tem as três conexões TOS link e mais oito entradas e saídas analógicas, além de três entradas e saídas TDIF, formato concorrente do TOS link.
Drivers
Seja qual for a sua escolha, instale sempre o driver mais recente fornecido no site do fabricante para aquele modelo e para o sistema operacional instalado em seu computador. Em vez do CD de instalação, baixe a última versão do driver da internet, instale-o somente depois de conectar a interface ao computador e atualize-o sempre que surgir uma nova versão. A grande maioria dos programas de gravação, plug-ins e instrumentos virtuais usa o driver ASIO. Ele acelera o processamento do áudio. Fabricado pela Steinberg, o driver ASIO é fornecido pelo fabricante de cada placa de som.
Algumas placas são capazes de trabalhar em conjunto com outras. Outros modelos podem apresentar conflitos. Leia os manuais e as informações do fabricante na internet antes de escolher.
Leve em conta todas estas questões antes de optar por sua placa de som “definitiva” (enquanto durar!) e faça uma boa escolha.
*Professor-coordenador do Home Studio desde 1994; compositor, arranjador, produtor musical nas áreas fonográfica, publicitária, de multimídia, teatro, rádio, TV e vídeo; consultor de áudio, MIDI e home studio; baixista, violonista e tecladista.
Licenciado em música pela UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) em 1993, onde lecionou, nos dois anos seguintes, no pioneiro curso de extensão universitária em Home Studio. Cursou também pedagogia na UFRJ e composição na UNIRIO. Estudou improvisação com Hélio Sena, harmonia e piano com Antonio Guerreiro, violão com Ricardo Ventura, percepção musical com Helder Parente, arranjo com Roberto Gnattali, sintetizadores com Alexandre Frias. Ensina música desde 1975.
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Fonte: homestudio.com.br
Placas e Interfaces de Áudio
por Sérgio Izeckson*
Desde que o computador “engoliu” o estúdio, as placas de som ou interfaces de áudio se tornaram o item mais crítico entre os equipamentos de gravação. Escolher o modelo ideal é um momento delicado para quem vai investir. Hoje, temos marcas de ótimo nível para todo tipo de necessidade e orçamento. Seja para usuários das mesas analógicas, das digitais e até para os que têm horror às mesas, são diversos modelos com quantidade variada de recursos. Os preços caíram muito de uns anos para cá e as opções se multiplicaram.
Para escolhermos uma placa de som temos que levar em conta uma série de questões. Primeiro, os tipos de conexões: analógicas, com um conversor AD (analógico-digital) em cada entrada e DA (digital-analógico) em cada saída; ou digitais (usando conversores AD/DA externos, como os de uma mesa digital). Nas placas com conexões analógicas, temos que considerar também a qualidade dos conversores AD e DA, e ainda os formatos e a quantidade desses conectores, que determina a quantidade de canais de entrada e saída de áudio. Segundo, a presença do processador digital de sinal, ou DSP, que divide as tarefas de processamento com a CPU do computador, acelerando o processamento do som. Em terceiro lugar, a compatibilidade do driver (o software controlador da placa) com as demais peças do computador e sua capacidade de trabalhar com os diversos programas tem que ser seriamente levada em consideração. Outros fatores importantes são as conexões MIDI, o suporte técnico e, claro, o preço.
As interfaces de áudio podem ser ligadas ao computador por conectores no formato PCI (internas ou mistas), Firewire e USB (externas). As PCI são mais estáveis, mas só servem para desktops, os computadores de mesa. Placas PCI podem ser acompanhadas de uma caixa ou rack para que os conectores fiquem afastados do computador e facilitar as ligações, embora as que têm conectores na própria placa sejam blindadas contra ruídos ou interferências. As placas portáteis para notebooks e desktops são as que usam conectores Firewire e USB.
Esqueça as Soundblaster e as placas on board (som da placa-mãe). Têm qualidade sonora bem inferior e não têm velocidade de processamento para rodar os principais programas de áudio e música.
Existem inúmeros modelos de interfaces em forma de placa, rack, ou embutidas em mesas, microfones, instrumentos e pré-amplificadores. As marcas M-Audio, Digidesign, Echo, MOTU estão entre as mais usadas no Brasil, mas também há ótimos modelos de outras marcas, como E-Mu, Yamaha, Edirol, Tascam, Ego System, Presonus, RME, Line6 e outras.
Placas PCI para uso com mesas analógicas ou com pré-amplificadores
Se as saídas de sua mesa ou pré-amplificador forem analógicas, as entradas e saídas de sua placa de som precisarão de bons conversores AD/DA que garantam a boa qualidade do som digital. A quantidade de canais depende da necessidade de cada estúdio e deve ser decidida junto com a escolha da mesa e da placa de som. As duas estão intimamente relacionadas. Seria um desperdício, por exemplo, optar por uma mesa com oito saídas para gravação e uma placa com apenas duas ou quatro entradas. É melhor que a quantidade de “mandadas” ou saídas para gravação da mesa seja igual ao número de entradas da placa.
Para trabalharmos com mesas analógicas, as opções de placas de som são variadas e dependem da maneira como operamos. Muitos estúdios dispensam a gravação da bateria acústica, optando pela programação MIDI de instrumentos virtuais ou eletrônicos, ou ainda pelo uso de loops de bateria. Se o estúdio puder gravar os demais instrumentos um por um, não precisará de um investimento alto para se equipar. Uma placa com dois canais de entrada costuma ser suficiente. Há placas com duas entradas e duas saídas de baixo custo e ótimo som, como a MiaMIDI da Echo, as 1212M e 0404 da E-Mu e as Audiophile 2496 e 192 da M-Audio.
Uma placa de som com mais canais de saída, mesmo que tenha apenas duas entradas, dá mais agilidade e liberdade ao estúdio. Se você gravar um instrumento de cada vez, mas monitorar cada um por uma diferente saída da placa em vários canais da mesa, você pode rapidamente equalizar os canais de monitoração na mesa analógica, facilitando o processo de gravação. Poderá também usar efeitos analógicos, mesmo mixando em uma mesa virtual.
A placa Gina3G da Echo, tem duas entradas e seis saídas balanceadas, além de conexões ADAT óticas e S/PDIF coaxiais (RCA) de entrada e saída que poderão ser usadas se você adquirir uma mesa digital ou um conversor externo. As placas Delta 66 e Delta 44 da M-Audio, com suas quatro entradas e saídas analógicas também são boas opções. A Delta 66 também tem uma conexão S/PDIF. Estes modelos vêm com os conectores em um rack.
Continuando no terreno das mesas analógicas, quem for gravar grupos instrumentais ou vocais ou bateria acústica através de vários microfones, precisará de pelo menos uma ou duas interfaces de oito canais ou mais. Com oito ou 16 canais podemos registrar as várias fontes sonoras em diversas pistas e mixar no computador ou na mesa. Mesmo gravando um número bem maior de pistas, podemos agrupá-las para que saiam para a mesa pelos diversos canais da interface. As placas mais usadas, neste caso, são a Delta 1010 da M-Audio, a MOTU 2408 (que também tem vários conectores digitais, num total de 24 canais), a Layla 3G da Echo (também com conexões digitais), e a Digidesign 003, esta última específica para o programa Pro Tools LE. Todas com rack.
Um modelo econômico e com muitos recursos, compatível com todos os programas, é a Delta 1010LT da M-Audio, que deve seu baixo custo às conexões de áudio e MIDI diretamente ligadas por fios à placa PCI, sem um rack ou outro gabinete. Este desconforto permite que ela custe a metade do preço da sua irmã maior, a Delta 1010, que, embora tenha o rack, possui os mesmos recursos da outra. A LT ainda tem duas entradas XLR para microfones dinâmicos, que podem ser revertidas para entradas de linha.
Interfaces portáteis
Há um grande número de interfaces com conectores USB e Firewire. No caso de você optar por uma interface portátil, prefira as Firewire ou USB 2.0, já que as que usam conexão USB 1.1, além de não gerenciarem muito bem um número maior que dois canais de áudio simultâneos, têm limitações quanto ao ganho do sinal de áudio, podendo apresentar mais baixa intensidade e distorções no som. Para ligar uma dessas interfaces ao computador, use o conector Firewire ou USB 2.0 da sua placa-mãe ou adicione-o através de uma placa de expansão. Evite usar essas conexões como fonte de alimentação elétrica: ligue a interface na tomada.
Modelos populares com conectores USB são as interfaces M-Audio Fast Track, Pro e Ultra (esta com USB 2.0), assim como a E-Mu 0404 USB 2.0 e a MOTU 828mkII,. As mais usadas interfaces Firewire são as M-Audio 1814, 410 e Solo, assim como os modelos da Echo AudioFire 2, 4, 8 e 12, da MOTU, como a UltraLite, a 828mk3 e a Traveler.
Sem a mesa
Alguns estúdios optam por conectar os microfones diretamente ao computador e realizam dentro dele todo o trabalho de gravação, processamento e mixagem. Para abdicar da mesa de som, precisaremos de pré-amplificadores para os microfones e conectá-los à placa de som. O ideal aí pode ser uma interface de áudio que contenha um ou mais pré-amplificadores, mas a maioria só tem entradas em nível de linha. As já citadas M-Audio Delta 1010LT e Fast Track, Yamaha GO46 e também a Mackie Spike são modelos que também contêm pré-amplificadores para microfones. Algumas incluem phantom power para podermos conectar microfones a condensador.
Sem a placa
Hoje já são comuns interfaces de áudio incorporadas a pré-amplificadores, como a Spike da Mackie, a teclados controladores, como o Ozone (USB) e o Ozonic (Firewire) da M-Audio e até mesmo a mesas analógicas, como a Onix da Mackie, ou a superfícies de controle, como a ProjectMix I/O da M-Audio. Todos esses modelos dispensam a placa de som, ou melhor, já a possuem dentro de si. Existem ainda microfones, guitarras e pedaleiras de efeitos com interface de áudio embutida. O inconveniente desses últimos é que é uma interface de entrada, mas geralmente só com saída para fones. Para ouvirmos o som nos monitores, precisaríamos de outra placa de som.
Placas para mesas digitais
O estúdio que usa uma mesa digital pode dispensar os conversores AD/DA de sua placa de som. O áudio é convertido em digital ao entrar na mesa e pode ser transmitido diretamente para o computador através de um cabo digital. A conexão mais usada é a do tipo TOS link, conhecida como ADAT ótica ou lightpipe, que envia oito canais por um cabo de fibra ótica. A mesa pode ter uma, duas ou três dessas saídas, que mandam para fora oito, 16 ou 24 canais. As conexões S/PDIF, presentes em quase todas as placas, têm apenas dois canais.
De acordo com a quantidade de conexões TOS link da mesa, escolhemos uma placa com a mesma quantidade de entradas. Por exemplo, se tiver uma mesa com uma saída TOS link, você pode usar a placa WaveCenter, da Frontier. Além da entrada e da saída TOS link, ela tem S/PDIF e duas portas MIDI. Se a mesa tiver 3 saídas TOS link, você pode usar uma Dakota mais a sua expansão, a Montana, cada uma com duas conexões TOS link de entrada e saída. Com três entradas e três saídas, mandamos 24 canais de áudio da mesa para a placa e os recebemos de volta. Outra opção é a interface MOTU 2408, que tem as três conexões TOS link e mais oito entradas e saídas analógicas, além de três entradas e saídas TDIF, formato concorrente do TOS link.
Drivers
Seja qual for a sua escolha, instale sempre o driver mais recente fornecido no site do fabricante para aquele modelo e para o sistema operacional instalado em seu computador. Em vez do CD de instalação, baixe a última versão do driver da internet, instale-o somente depois de conectar a interface ao computador e atualize-o sempre que surgir uma nova versão. A grande maioria dos programas de gravação, plug-ins e instrumentos virtuais usa o driver ASIO. Ele acelera o processamento do áudio. Fabricado pela Steinberg, o driver ASIO é fornecido pelo fabricante de cada placa de som.
Algumas placas são capazes de trabalhar em conjunto com outras. Outros modelos podem apresentar conflitos. Leia os manuais e as informações do fabricante na internet antes de escolher.
Leve em conta todas estas questões antes de optar por sua placa de som “definitiva” (enquanto durar!) e faça uma boa escolha.
*Professor-coordenador do Home Studio desde 1994; compositor, arranjador, produtor musical nas áreas fonográfica, publicitária, de multimídia, teatro, rádio, TV e vídeo; consultor de áudio, MIDI e home studio; baixista, violonista e tecladista.
Licenciado em música pela UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) em 1993, onde lecionou, nos dois anos seguintes, no pioneiro curso de extensão universitária em Home Studio. Cursou também pedagogia na UFRJ e composição na UNIRIO. Estudou improvisação com Hélio Sena, harmonia e piano com Antonio Guerreiro, violão com Ricardo Ventura, percepção musical com Helder Parente, arranjo com Roberto Gnattali, sintetizadores com Alexandre Frias. Ensina música desde 1975.
Clique aqui para ver o artigo original com fotos.
Fonte: homestudio.com.br
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