Show do ZZ Top em São Paulo

Show do ZZ Top em São Paulo


O trio texano ZZ Top, que está há 40 anos na estrada, sempre esteve na lista de shows que os brasileiros desejavam ver, mas nunca tiveram oportunidade. Na noite de quinta, 20, isso mudou, com a performance do grupo na Via Funchal, em São Paulo.

Ainda que o público estivesse feliz com a chegada da banda, nada impediu que a banda de abertura não fosse bem recebida. A banda Rollemax, projeto solo de Hudson, que tinha uma dupla de sertanejo romântico com seu irmão Edson, envereda pelo classic rock com pitadas de hard. Pela quantidade de covers, parecia uma banda de bar do Bexiga, mas com melhores instrumentos e equipamentos. O público não estava muito interessado e toda a vez que uma vaia era ensaiada, a banda emendava uma nova canção. Pelo jeito que saiu do palco, Hudson não deve ter achado a experiência muito agradável. Finalmente, às 22h30, ao som de "Got Me Under Pressure", Billy Gibbons (guitarra), Dusty Hill (baixo) e Frank Beard (bateria) se materializaram na casa noturna, com o público impaciente já urrando pelo nome do grupo.

Ver o ZZ Top ao vivo é uma experiência. Com suas longas barbas brancas, chapéus de cowboy e óculos escuros que não tiram por um instante, Gibbons e Hill pareciam ter saído direto dos clipes que fizeram a fama da banda nos anos 80. Nessa década, o ZZ Top ganhou o público quando mostrou seu lado mais pop. Mas ao vivo, o blues e as raízes da música sulista norte-americana é que mandam. Billy Gibbons é um guitarrista excepcional e canta com uma voz rouca e expressiva. Dusty Hill também é um virtuoso e tem um vocal mais claro, que casa bem com a voz de Gibbons. O baterista Beard não interage muito com os dois e se limita a manter o tempo, sem grandes firulas.

A primeira sequência do show teve "Waitin' For The Bus", "Jesus Just Left Chicago", "Pincushion" e "I'm Bad, I'm Nationwide". A música do ZZ Top celebra o rock 'n' roll, cerveja, carrões e farra e todas as vezes que Gibbons e Hill faziam suas coreografias características com os instrumentos, o público vinha abaixo. Na metade do espetáculo o trio executou "Future Blues" (cover de Willie Brown),"Rock Me Baby", "Cheap Sunglasses", "Francine" e "I Need You Tonight". Gibbons então anunciou que iria prestar homenagem a seu herói, Jimi Hendrix. e atacou com "Hey Joe".

O segmento final teve "Brown Sugar" (nada a ver com o clássico dos Rolling Stones), "Party On The Patio", "Just Got Paid", "Gimme All Your Lovin", "Sharp Dressed Man" e "Legs". Os três deixaram o palco e retornaram para o bis ostentando paletós reluzentes, a deixa para tocar "Viva Las Vegas", música de Elvis Presley que o ZZ Top resgatou com sucesso em 1992. As duas últimas foram os esperados hits "La Grange" e "Tush".


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