O grupo alemão Scorpions incluirá o Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru na turnê mundial de despedida do público, depois de 45 anos de carreira.
Scorpions, que anunciou sua saída de cena aos fãs pelo seu site, publicará em 23 de março seu último álbum de estúdio, Sting in the tail, e realizará uma viagem para percorrer os cinco continentes durante três anos.
No Brasil, o grupo pretende realizar quatro shows, entre os dias 16 e 22 de setembro de 2010. Recentemente, a banda fez uma viagem de 15 shows pela América Latina, incluindo o Rio de Janeiro.
Ao anunciar a despedida, o vocalista Klaus Meine expressou a intenção da banda de "dizer adeus em grande estilo" com "a mesma paixão" de quando começaram a carreira, em 1965.
Desde então, Scorpions vendeu mais de 100 milhões de discos e assinou sucessos como "Rock you like a hurricane" e a balada "Still loving you".
"A viagem de três anos pelos cinco continentes representa para nós um enorme desafio e é uma grande satisfação podermos fazer uma despedida junto de nossos fãs", afirmou o guitarrista do grupo, Matthias Jabs.
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Autor: OTAVIO LEITE
(Artigo publicado em 19/02 no Jornal O Globo)
Muito se tem falado sobre crise. Em sentido amplo.
Crescimento econômico abalado, desemprego, instabilidades etc. Ao mesmo tempo muito se tem ouvido sobre medidas que visam a combater depressões pontuais. Vide as desonerações de tributos no setor automotivo, nas linhas branca e azul de equipamentos e utilidades domésticas, construção civil, nos setores de exportação etc.
Mas há um segmento de formidável potencial econômico, que representa em si incalculável valor cultural: a indústria da música brasileira, que vive um delicado e preocupante momento, a se agravar a cada instante.
Urge socorrê-la.
O diagnóstico é simples. As pessoas prosseguem ouvindo e cultivando música, mas por outro lado o “mercado oficial” vem sendo cruelmente dominado pela perversa informalidade e pelo câncer da pirataria. Não é de hoje que assistimos as quedas abruptas nas vendas de CDs, concomitante ao crescimento exponencial dos downloads não remunerados. Curiosamente, mercê da convergência digital, vimos avançar o campo da telefonia como mercado de música.
Esta é a equação a que se submetem milhares de brasileiros (conhecidos e anônimos) que atuam e procuram se sustentar como profissionais da música. E que hoje, basicamente, sobrevivem de shows.
Por entender que se trata de um produto de profundo valor cultural — a MPB —, é que propusemos, ao lado de diversos deputados e que representam todas as regiões do país, a chamada PEC da Música (98/07). A idéia consiste em classificar a música produzida no Brasil como imune a qualquer imposto. Implantar na Constituição o mesmo tratamento que foi concedido ao livro. O que faz sentido, pois se equivalem em importância para a nação.
Avançamos na tramitação. Foram dois anos e meio de profundos debates, estudos, inúmeras audiências públicas (para as quais estiveram dezenas e dezenas de artistas, músicos, gravadoras, produtores independentes e profissionais da música em geral). Todos do mesmo lado. Em uníssono, conclamando o Congresso a fazer algo diante desta galopante decadência.
Chegamos a fazer uma ressalva no texto, para dissipar as preocupações do Amazonas de que as fábricas (hoje são apenas seis) pudessem ser estimuladas a se transferirem de Manaus para outra região do país. Enfim, tudo pronto para votar. Com acordo de liderança e aquiescência do presidente Michel Temer, para tal.
Eis que o governo, através de suas lideranças — possuem maioria —, freou a votação e reivindicou “um tempo” para o Ministério da Fazenda examinar os impactos da proposta.
Junto ao ministro Guido Mantega estivemos, deputados de governo e da oposição (a bandeira é suprapartidária), artistas e profissionais a fim de sensibilizá-lo para a causa. Concebe mos alternativas. Aguardamos o seu pronunciamento.
O que nos interessa é adotar procedimentos que permitam a queda do preço na venda ao consumidor final.
Seja para os CDs e DVDs (até quando existirão?), seja nas vendas pela internet que, se não tributadas, podem migrar para a formalidade, justamente remuneradas a um preço convidativo; seja para extinguir os tributos nas músicas adquiridas no âmbito da telefonia e em qualquer outro meio digital por vir.
O fundamental é que as pessoas possam, cada vez mais, consumir música. Para todos os gostos. Acarretando dinamização e aquecimento do mercado da indústria fonográfica, gerando mais emprego, renda e, sobretudo, promovendo o fortalecimento de um bem maior: a cultura nacional.
Todos ao “front” na Câmara dos Deputados!
A idéia é classificar a música popular brasileira como imune a impostos.