As vendas de arquivos digitais de música cresceram 12% em 2009, informa relatório divulgado nesta quinta, 21, pela IFPI (sigla para Federação Internacional da Indústria Fonográfica) -, enquanto as vendas fonográficas em geral caíram 10%. Os valores obtidos no comércio de serviços digitais atingiram a marca de US$ 4,2 bilhões, cerca de 27% do total movimentado no mercado musical mundial. Mas países como Brasil, França e Espanha, destacados no relatório como pontos negativos, ainda não foram inseridos nesse mercado - e sofrem ainda mais que o resto do globo com a pirataria.
De acordo com o documento, os artistas das três nações - "conhecidas pela vibração e influência históricas de sua música e seus músicos" -, enfrentam falta de investimentos, que se reflete na queda de lançamentos de nomes locais.
Por aqui, o serviço de vendas digitais ainda não engrenou - lojas virtuais conhecidas no mundo todo, como o iTunes, não vendem arquivos para o Brasil, em parte pela falta de mercado consumidor. Em conferência via telefone na manhã desta quinta, Rob Wells, vice-presidente internacional de vendas digitais da Universal, questionado pela reportagem da Rolling Stone Brasil sobre quais estratégias devem ser empregadas em países como o nosso, foi categórico: a nova menina dos olhos das gravadoras é o celular. "O consumidor brasileiro compra muitos celulares, então vamos vender música como parte de aparelhos de celular. O custo da música estará embutido no valor do aparelho", afirmou, acrescentando que pacotes de assinatura de provedores de internet e operadoras, com serviços musicais embutidos, também estão nos planos das majors.
John Kennedy, CEO da IFPI, diz que houve um tempo em que o Brasil tinha lugar de destaque no cenário mundial. "Há cerca de 13 anos, o Brasil era um dos mais bem-sucedidos mercados musicais no mundo. O Brasil costumava pagar pela música, mas claro, a pirataria teve um impacto muito grande sobre isso."
Durante a entrevista coletiva, realizada a partir de Londres, da qual também participou o vice-presidente de estratégias comerciais da Warner, Eric Daugan, ficou claro o novo ponto de insistência das grandes gravadoras: se o Estado não se manifestar, será impossível parar a pirataria. Trocando em miúdos: os grandes executivos querem incentivar, mais do que nunca, punições legais para os piratas virtuais. "Governos, a exemplo da França, Coreia do Sul, Taiwan, Reino Unido e Nova Zelândia, abriram o caminho em 2009 adotando e propondo leis para combater a pirataria", afirma Kennedy. Na França, por exemplo, um projeto de lei prevê desconexão da internet, multa e prisão aos infratores de direitos autorais. Nos Brasil, políticos ainda engatinham em iniciativas semelhantes (saiba mais em nosso especial sobre pirataria digital).
Países em queda
Por aqui, o mercado de música encolheu cerca de 43% entre 2005 e 2009, informa o relatório da IFPI. Em 2008, foram 67 lançamentos nacionais, vendidos sem descontos, por grandes gravadoras, um décimo do número de discos tupiniquins lançados em 1998. Na França, onde um quarto dos internautas faz downloads ilegais, o número de lançamentos locais caiu 60% entre 2003 e 2009. Na Espanha, um dos países em que mais se baixa arquivos ilegais em toda Europa, as vendas de discos de músicos locais caiu aproximadamente 65% entre 2004 e 2009.
Top 10 digital
Em 2009, Lady Gaga foi a campeã na lista de singles mais baixados (legalmente) na rede. A cantora ocupa a primeira e a quarta posição do top 10, com "Poker Face" (9,8 milhões de downloads vendidos) e "Just Dance" (7,7 milhões). Em 2008, a medalha de ouro ficou com Lil Wayne, com a faixa "Lolipop" (9,1 mi de downloads); em 2007, o posto foi de Avril Lavigne ("Girlfriend", 7,7 mi de downloads). A expectativa é que em 2010, o número um da lista ultrapasse a marca de 10 milhões de downloads.
Confira abaixo os dez singles digitais mais vendidos de 2009:
1 - "Poker Face" - Lady Gaga: 9,8 milhões
2 - "Boom Boom Pow" - Black Eyed Peas: 8,5 mi
3 - "I'm Yours" - Jason Mraz: 8,1 mi
4 - "Just Dance" - Lady Gaga: 7,7 mi
5 - "I Gotta Feeling" - Black Eyed Peas: 7,1 mi
6 - "Love Story" - Taylor Swift: 6,5 mi
7 - "Single Ladies (Put a Ring on it)" - Beyoncé: 6,1 mi
8 - "Kiss Me Thru the Phone" - Soulja Boy: 5,7 mi
9 - "Heartless" - Kanye West: 5,5 mi
10 - "Circus" - Britney Spears: 5,5 mi
De acordo com o documento, os artistas das três nações - "conhecidas pela vibração e influência históricas de sua música e seus músicos" -, enfrentam falta de investimentos, que se reflete na queda de lançamentos de nomes locais.
Por aqui, o serviço de vendas digitais ainda não engrenou - lojas virtuais conhecidas no mundo todo, como o iTunes, não vendem arquivos para o Brasil, em parte pela falta de mercado consumidor. Em conferência via telefone na manhã desta quinta, Rob Wells, vice-presidente internacional de vendas digitais da Universal, questionado pela reportagem da Rolling Stone Brasil sobre quais estratégias devem ser empregadas em países como o nosso, foi categórico: a nova menina dos olhos das gravadoras é o celular. "O consumidor brasileiro compra muitos celulares, então vamos vender música como parte de aparelhos de celular. O custo da música estará embutido no valor do aparelho", afirmou, acrescentando que pacotes de assinatura de provedores de internet e operadoras, com serviços musicais embutidos, também estão nos planos das majors.
John Kennedy, CEO da IFPI, diz que houve um tempo em que o Brasil tinha lugar de destaque no cenário mundial. "Há cerca de 13 anos, o Brasil era um dos mais bem-sucedidos mercados musicais no mundo. O Brasil costumava pagar pela música, mas claro, a pirataria teve um impacto muito grande sobre isso."
Durante a entrevista coletiva, realizada a partir de Londres, da qual também participou o vice-presidente de estratégias comerciais da Warner, Eric Daugan, ficou claro o novo ponto de insistência das grandes gravadoras: se o Estado não se manifestar, será impossível parar a pirataria. Trocando em miúdos: os grandes executivos querem incentivar, mais do que nunca, punições legais para os piratas virtuais. "Governos, a exemplo da França, Coreia do Sul, Taiwan, Reino Unido e Nova Zelândia, abriram o caminho em 2009 adotando e propondo leis para combater a pirataria", afirma Kennedy. Na França, por exemplo, um projeto de lei prevê desconexão da internet, multa e prisão aos infratores de direitos autorais. Nos Brasil, políticos ainda engatinham em iniciativas semelhantes (saiba mais em nosso especial sobre pirataria digital).
Países em queda
Por aqui, o mercado de música encolheu cerca de 43% entre 2005 e 2009, informa o relatório da IFPI. Em 2008, foram 67 lançamentos nacionais, vendidos sem descontos, por grandes gravadoras, um décimo do número de discos tupiniquins lançados em 1998. Na França, onde um quarto dos internautas faz downloads ilegais, o número de lançamentos locais caiu 60% entre 2003 e 2009. Na Espanha, um dos países em que mais se baixa arquivos ilegais em toda Europa, as vendas de discos de músicos locais caiu aproximadamente 65% entre 2004 e 2009.
Top 10 digital
Em 2009, Lady Gaga foi a campeã na lista de singles mais baixados (legalmente) na rede. A cantora ocupa a primeira e a quarta posição do top 10, com "Poker Face" (9,8 milhões de downloads vendidos) e "Just Dance" (7,7 milhões). Em 2008, a medalha de ouro ficou com Lil Wayne, com a faixa "Lolipop" (9,1 mi de downloads); em 2007, o posto foi de Avril Lavigne ("Girlfriend", 7,7 mi de downloads). A expectativa é que em 2010, o número um da lista ultrapasse a marca de 10 milhões de downloads.
Confira abaixo os dez singles digitais mais vendidos de 2009:
1 - "Poker Face" - Lady Gaga: 9,8 milhões
2 - "Boom Boom Pow" - Black Eyed Peas: 8,5 mi
3 - "I'm Yours" - Jason Mraz: 8,1 mi
4 - "Just Dance" - Lady Gaga: 7,7 mi
5 - "I Gotta Feeling" - Black Eyed Peas: 7,1 mi
6 - "Love Story" - Taylor Swift: 6,5 mi
7 - "Single Ladies (Put a Ring on it)" - Beyoncé: 6,1 mi
8 - "Kiss Me Thru the Phone" - Soulja Boy: 5,7 mi
9 - "Heartless" - Kanye West: 5,5 mi
10 - "Circus" - Britney Spears: 5,5 mi
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