Confira esta entrevista exclusiva com Isabela Eva, vocalista da banda Bella Utopia, falando sobre o início da banda, seus mais recentes lançamentos e a participação em eventos mistos de música e artes marciais.
Banda Bella Utopia: Maldonalle, Isabela, Junão Cananéia e Rickson. |
por Mário Megatallica
Quando, como e onde surgiu a banda Bella Utopia? Quem está na banda atualmente?
A banda surgiu em 2003. Eu morei um tempo no Rio de Janeiro, depois em Brasília e estava chegando para morar em Goiânia. Eu já havia tentado formar outras bandas em Brasília e no Rio, mas não rolou. Depois que eu me mudei pra cá, já estava com várias músicas prontas e gravei um disco solo aqui, A Sua Imagem (pela Anhanguera Discos). Mas logo eu senti necessidade de mais peso. Aí eu saí andando no centro de Goiânia, em algumas lojas de disco e sebos por ali, atrás de discos de bandas locais do Heavy Metal. Foi quando um dos vendedores me deu um disco de uma banda daqui e me falou pra procurar os caras. A banda era a Heavens Guardian. E foi assim que surgiu a primeira formação da Bella Utopia, incluindo o Luis Maldonalle, que era amigo dos caras do Heavens Guardian.
Eu senti a necessidade de tocar com pessoas que se identificavam com as mesmas bandas que eu curto, como Metallica, Guns and Roses, Iron Maiden e etc. Depois de algumas pesquisas no mercado daqui, encontrei uma galera que se identificava comigo musicalmente e que topou fazer um cover do Guns and Roses. Depois eu conheci o guitarrista Luis Maldonalle e daí pra frente começamos a achar necessário trabalhar as músicas autorais. Começamos a compor e gravamos o primeiro CD em 2004 intitulado Bella Utopia. Foi produzido pelo Maldonalle e gravamos em São José do Rio Preto com o Gustavo Vazquez, no estúdio que ainda era conhecido como Área 13.
Que tipo de som faz a banda? Cite algumas bandas que influenciam o trabalho da Bella Utopia.
A banda, desde sua primeira formação, trouxe um pouco das influências de cada um dos integrantes. Todos sempre tiveram influência em banda de rock e metal com atitude. Não posso falar por todos, mas a minha principal influência foi Guns and Roses. Na sequencia posso citar Metallica e Iron Maiden. Passei a minha adolescência ouvindo Guns and Roses. O meu irmão mais velho era viciado em Iron e passei a gostar muito também. Slipknot passei a conhecer mais recentemente, mas fiquei muito fã. E Metallica sempre fui viciada.
A banda, desde sua primeira formação, trouxe um pouco das influências de cada um dos integrantes. Todos sempre tiveram influência em banda de rock e metal com atitude. Não posso falar por todos, mas a minha principal influência foi Guns and Roses. Na sequencia posso citar Metallica e Iron Maiden. Passei a minha adolescência ouvindo Guns and Roses. O meu irmão mais velho era viciado em Iron e passei a gostar muito também. Slipknot passei a conhecer mais recentemente, mas fiquei muito fã. E Metallica sempre fui viciada.
A Bella Utopia participa da cena musical de Goiânia. Como é o seu relacionamento com as outras bandas da cena?
Pra falar a verdade, a correria está tão grande que não dá tempo de acompanhar as outras bandas daqui. Mas a gente sabe que tem muita gente boa. Normalmente acompanho alguma coisa pelo Facebook. O primeiro CD a gente lançou por um selo local, que era o BEACID (hoje Fósforo), e aí acabava que a gente se inseria mais nos Festivais e tal e trocava mais informações com as outras bandas. Agora ficamos mais ligados ao projeto da banda. Mas posso dizer que já morei em Brasília e no Rio e foi aqui que conheci pessoas de primeira na área do chamado “Rock underground”.
Pra falar a verdade, a correria está tão grande que não dá tempo de acompanhar as outras bandas daqui. Mas a gente sabe que tem muita gente boa. Normalmente acompanho alguma coisa pelo Facebook. O primeiro CD a gente lançou por um selo local, que era o BEACID (hoje Fósforo), e aí acabava que a gente se inseria mais nos Festivais e tal e trocava mais informações com as outras bandas. Agora ficamos mais ligados ao projeto da banda. Mas posso dizer que já morei em Brasília e no Rio e foi aqui que conheci pessoas de primeira na área do chamado “Rock underground”.
Você sofre preconceito de outras bandas ou promotores de eventos por ser mulher, existe alguma resistência à presença feminina na cena de Rock em Goiânia?
Se existe eu não sei. Mas nunca sofri preconceito algum. Aliás, acho que o público feminino aqui é muito grande.
Cite e comente sobre os lançamentos oficiais da banda desde seu surgimento.
Desde 2003, a banda teve uma formação que durou quase 4 anos, com os shows do disco de estréia, Bella Utopia. Depois de alguns desentendimentos, saiu todo mundo. Eu acabei montando uma nova formação e gravando um novo trabalho em 2008: As Quatro Verdades. Esse álbum nunca foi lançado, mas deu origem ao projeto da banda com o MMA (Artes Marciais Mistas em inglês): o HFR – High Fight Rock. Infelizmente, essa formação e esse álbum não foram pra frente, mas plantei uma semente bacana com ele. Depois de muito tempo sem nem falar com o Luis Maldonalle, já que a gente saiu meio brigado da história, a gente se reencontrou. O cara é um puta guitarrista e cheio de ideias como eu. Foi natural a nossa volta. E na formação atual, ele acabou dando a dica de dois caras bacanas: o baixista Rickson Medeiros e o baterista Junão Cananeia.
Essa é uma galera nova que tem levado o projeto com seriedade. E antes do CD, a gente já havia gravado uma música com eles, "O Distúrbio Chegou", que acabou virando a música tema das duas primeiras edições do HFR e que ainda fará parte do meu primeiro curta-metragem. Passamos o final do ano de 2011 todo compondo músicas. Eu entrei com as letras e o Luis com as músicas. Até o dia de Reveillón naquele ano foi passado trabalhando! Em 2012 gravamos o novo trabalho novamente com o Gustavo Vazquez, que se mudou pra Goiânia e dessa vez produziu o disco com a banda em seu estúdio, o Rocklab. E foi assim que nasceu o Dilema do Prisioneiro, que será lançado em 2013.
Desde 2003, a banda teve uma formação que durou quase 4 anos, com os shows do disco de estréia, Bella Utopia. Depois de alguns desentendimentos, saiu todo mundo. Eu acabei montando uma nova formação e gravando um novo trabalho em 2008: As Quatro Verdades. Esse álbum nunca foi lançado, mas deu origem ao projeto da banda com o MMA (Artes Marciais Mistas em inglês): o HFR – High Fight Rock. Infelizmente, essa formação e esse álbum não foram pra frente, mas plantei uma semente bacana com ele. Depois de muito tempo sem nem falar com o Luis Maldonalle, já que a gente saiu meio brigado da história, a gente se reencontrou. O cara é um puta guitarrista e cheio de ideias como eu. Foi natural a nossa volta. E na formação atual, ele acabou dando a dica de dois caras bacanas: o baixista Rickson Medeiros e o baterista Junão Cananeia.
Essa é uma galera nova que tem levado o projeto com seriedade. E antes do CD, a gente já havia gravado uma música com eles, "O Distúrbio Chegou", que acabou virando a música tema das duas primeiras edições do HFR e que ainda fará parte do meu primeiro curta-metragem. Passamos o final do ano de 2011 todo compondo músicas. Eu entrei com as letras e o Luis com as músicas. Até o dia de Reveillón naquele ano foi passado trabalhando! Em 2012 gravamos o novo trabalho novamente com o Gustavo Vazquez, que se mudou pra Goiânia e dessa vez produziu o disco com a banda em seu estúdio, o Rocklab. E foi assim que nasceu o Dilema do Prisioneiro, que será lançado em 2013.
Novo álbum: "Dilema do Prisioneiro" (2013). |
Sendo este o mais recente trabalho da banda, fale mais sobre ele.
O Cd foi todo gravado no Rocklab, como eu falei anteriormente. A ideia surgiu em um momento difícil pra gente. Mas valeu a pena. Com relação ao contexto, costumo dizer que: “Somos todos prisioneiros de uma situação.” O disco tem 12 faixas e traz em sua essência o peso das letras na minha voz, guitarras de Luis Maldonalle, baixo com Rickson Medeiros e Junão Cananeia na bateria. A parte visual do disco traz uma ilustração do artista romeno Chioreanu Costin. A masterização foi feita pelo experiente Alan Douches, do estúdio West West Side Music em Nova York (EUA) que já trabalhou com bandas de peso como: Sepultura, Yes, Krisiun, entre outras.
O Cd foi todo gravado no Rocklab, como eu falei anteriormente. A ideia surgiu em um momento difícil pra gente. Mas valeu a pena. Com relação ao contexto, costumo dizer que: “Somos todos prisioneiros de uma situação.” O disco tem 12 faixas e traz em sua essência o peso das letras na minha voz, guitarras de Luis Maldonalle, baixo com Rickson Medeiros e Junão Cananeia na bateria. A parte visual do disco traz uma ilustração do artista romeno Chioreanu Costin. A masterização foi feita pelo experiente Alan Douches, do estúdio West West Side Music em Nova York (EUA) que já trabalhou com bandas de peso como: Sepultura, Yes, Krisiun, entre outras.
Quais são as principais diferenças musicais entre o último lançamento da banda e seus antecessores?
Com certeza é um encontro com a essência de um som que consideramos prazeroso de tocar. Nesse último, não ficamos presos a certas amarras dos anteriores e passamos por um processo complicado de gravação. Muitas exigências e stress para se chegar a um ponto que até então era novo pra todo mundo, inclusive pra mim. Mas era aquele ponto que estava ali e só faltava ser colocado pra fora. A gente tem que "vomitar" mesmo o que quer e não ficar preso a modismos.
Com certeza é um encontro com a essência de um som que consideramos prazeroso de tocar. Nesse último, não ficamos presos a certas amarras dos anteriores e passamos por um processo complicado de gravação. Muitas exigências e stress para se chegar a um ponto que até então era novo pra todo mundo, inclusive pra mim. Mas era aquele ponto que estava ali e só faltava ser colocado pra fora. A gente tem que "vomitar" mesmo o que quer e não ficar preso a modismos.
Qual foi a maior contribuição de cada músico para o álbum mais recente?
Com certeza foi o profissionalismo. Ele agiliza qualquer processo, inclusive o musical.
Com certeza foi o profissionalismo. Ele agiliza qualquer processo, inclusive o musical.
Isabela Eva, vocalista da Bella Utopia. |
Você considera que houve uma mudança no seu timbre de voz ou no seu modo de cantar nos últimos anos?
Com certeza. Como falei antes, todo mundo tem uma essência dentro de si. A minha sempre foi o rock de atitude. Mas às vezes a gente segue certas direções equivocadas que amarram a gente. Só quem pode quebrar essa corrente ou continuar nela é a gente mesmo. Nesse último álbum tive que lidar até com problemas vocais e a gravação teve que ser interrompida. Tinha dia que eu queria matar o Gustavo (risos) mas depois entendi o que ele queria e descobri que era o que eu queria ouvir também. Foi um processo doloroso mas no final eu gostei. "Vomitei" tudo que eu queria há muito tempo.
Com certeza. Como falei antes, todo mundo tem uma essência dentro de si. A minha sempre foi o rock de atitude. Mas às vezes a gente segue certas direções equivocadas que amarram a gente. Só quem pode quebrar essa corrente ou continuar nela é a gente mesmo. Nesse último álbum tive que lidar até com problemas vocais e a gravação teve que ser interrompida. Tinha dia que eu queria matar o Gustavo (risos) mas depois entendi o que ele queria e descobri que era o que eu queria ouvir também. Foi um processo doloroso mas no final eu gostei. "Vomitei" tudo que eu queria há muito tempo.
Fale sobre o videoclipe mais recente da banda.
Postamos recentemente no Youtube o clipe da música "Máscara", que mostra um pouco do processo de gravação, do nosso dia-a-dia no estúdio Rocklab. Ficamos um mês inteiro lá gravando. Fechamos o estúdio apenas para a banda, o que foi muito produtivo. Foi um período de muitas imagens captadas. Acabou dando origem a esse primeiro clipe. O primeiro videoclipe oficial será gravado a partir do dia 15 de janeiro, para a música "Dilema do Prisioneiro", que terá imagens feitas dentro de um presídio real.
Postamos recentemente no Youtube o clipe da música "Máscara", que mostra um pouco do processo de gravação, do nosso dia-a-dia no estúdio Rocklab. Ficamos um mês inteiro lá gravando. Fechamos o estúdio apenas para a banda, o que foi muito produtivo. Foi um período de muitas imagens captadas. Acabou dando origem a esse primeiro clipe. O primeiro videoclipe oficial será gravado a partir do dia 15 de janeiro, para a música "Dilema do Prisioneiro", que terá imagens feitas dentro de um presídio real.
Fale mais sobre o High Fight Rock, evento que mistura artes marciais e show musical, do qual a Bella Utopia tem participado.
Esse evento entrará na sua terceira edição nesse ano. Foi um projeto criado por mim, aprovado no Ministério da Cultura, que coloca o MMA como contrapartida social, dentro de um show de Rock. As duas primeiras edições do evento foram bem bacanas... teve muita correria, mas foi legal conhecer de perto lendas como Minotouro, Jon Jones, Wanderlei Silva, Fabrício Werdun e Mário Yamasaki. O Anderson Silva veio muito rápido no primeiro, mas eu estava ensaiando e nem pude conhecê-lo. Mas ele é foda demais. Sou muito viciada em luta e sempre assisto o UFC. O Marcelo Dourado também veio no primeiro e foi muito profissional. Percebi, com as duas primeiras edições, que não é fácil você tirar uma ideia do papel e colocar na prática.
Banda Bella Utopia e Rogério "Minotouro" no High Fight Rock en Goiânia. |
Comecei a escrever esse projeto há mais ou menos 5 anos atrás. Idealizei um projeto que pudesse unir a banda e o MMA, um dos esportes que mais cresce no Brasil e no mundo. O projeto foi aprovado na Lei Rouanet e veio para ampliar as relações entre cultura e esporte, mostrando que essa união pode gerar oportunidades. Foi um projeto aprovado numa Lei Cultural, o que abriu possibilidades de uma contrapartida social, já que hoje o esporte funciona como uma forma de inclusão social, e age diretamente na nossa sociedade tão desigual. O que de forma direta vai gerar oportunidades.
Fabrício Werdum, Isabela, Wanderlei Silva e Jon Jones. |
Acho importante essa discussão sobre a violência, que ficou tão banalizada, e principalmente criar oportunidades para projetos como esse que direcionam e disciplinam muitos jovens em sua formação. Sempre fui praticante de artes marciais. Sou contramestre de capoeira e treino Boxe e Muay Thay. E acho que a disciplina ensinada nas artes marciais é muito bacana. E pode ter certeza que lidar com música exige muito tudo isso também.
A repercusão desses eventos para a banda tem sido boa? Vocês pretendem continuar participando?
Não ficamos muito preocupados em repercussão. Acho que é bacana construir e fortalecer essa marca. Claro que paralelamente a ele estamos trabalhando com a banda... e o show é só uma consequência de tudo. Recebemos convites para levar o evento para outros estados. Vamos continuar como um dos donos da marca, mas o formato pode mudar sim. Quem sabe?
Não ficamos muito preocupados em repercussão. Acho que é bacana construir e fortalecer essa marca. Claro que paralelamente a ele estamos trabalhando com a banda... e o show é só uma consequência de tudo. Recebemos convites para levar o evento para outros estados. Vamos continuar como um dos donos da marca, mas o formato pode mudar sim. Quem sabe?
Para finalizar, deixe um convite para os leitores conhecerem mais sobre a Bella Utopia.
Gostaria de convidar a todos vocês que acompanham esse blog, para conhecerem um pouco mais da banda. Esse ano lançaremos material inédito, faremos outro HFR para quem curte MMA e Rock ´n´ Roll e esperamos poder aumentar o alcance das nossas ações e que o nosso público aumente e nos apoie cada vez mais. Um abraço a todos e até a próxima!
Gostaria de convidar a todos vocês que acompanham esse blog, para conhecerem um pouco mais da banda. Esse ano lançaremos material inédito, faremos outro HFR para quem curte MMA e Rock ´n´ Roll e esperamos poder aumentar o alcance das nossas ações e que o nosso público aumente e nos apoie cada vez mais. Um abraço a todos e até a próxima!
Links:
Site - bellautopia.tnb.art.br
Youtube - www.youtube.com/bellautopiarock
Fan Page - www.facebook.com/pages/highfightrock
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