Sentindo na pele o Celebration Day do Led Zeppelin

Vou contar aqui como eu senti na pele a experiência de "estar presente" no show de uma das bandas mais importantes do Rock ´n´ Roll.

por Mário Megatallica

Quando eu soube da notícia que o lendário show de reunião do Led Zeppelin seria exibido nos cinemas antes de chegar às lojas em DVD não pensei nem "meia-vez": decretei a minha presença compulsória na sua primeira sessão de exibição.

Eu havia perdido uma chance semelhante alguns anos atrás com um evento parecido, o "Big Four", turnê conjunta das quatro maiores bandas de Thrash Metal. Naquela época, os shows do Anthrax, Megadeth, Slayer e Metallica seriam transmitidos em tempo real, diretamente da Europa, em diversas salas de cinema ao redor do mundo. O Brasil obviamente não ficou fora dessa rede de transmissão; entretanto, eu não tive como presenciar aquele momento histórico. Não pude ir ao cinema assistir - e vivenciar - o show do Big Four e tive que me contentar "apenas" com o DVD.

Mas desta vez foi diferente...

Ingresso da sessão de Celebration Day.
Eu já estava preparado para curtir a "premiere" do Celebration Day do Led Zeppelin com vários dias de antecedência e realmente estava determinado a não perder a chance de conferir o Led ao vivo. Inclusive fiz questão de divulgar a notícia da exibição do show no cinema para contar com a presença de vários fãs da banda. Apesar de tudo, o público não foi muito grande. Seria por causa do dia da sessão (uma terça-feira)? ou do horário? ou do preço do ingresso (R$40,00)? ou por que não era um show do Luan Santana (se fosse estaria lotado, tenho certeza)?

Cheguei com mais dois amigos ao cinema dez minutos antes do início do show, comprei meu ingresso, entrei na sala de exibição, escolhi a minha poltroninha e aguardei poucos minutos para curtir uma das apresentações de Rock mais desejadas por um fã desse estilo. Quem viveu os anos 70, 80 e 90 tem noção exata do que estou afirmando.

Celebration Day, o filme

Eu já havia assistido ao trailer do Celebration Day na internet mas continuava com algumas dúvidas sobre seu conteúdo. Eu não tinha certeza se seria um documentário com trechos de show, se seria um filme de fato, com cenas de bastidores, detalhes da produção e da reunião dos músicos do Led, enfim... estava empolgado e torcendo para poder ouvir bastante música nesse filme.

"Celebration Day", o filme.

Quando a sessão começou, minhas expectativas foram superadas facilmente!

O Celebration Day apresentado no cinema é um show completo do Led Zeppelin com mais de duas horas de duração e com dois ingredientes muito atraentes: o primeiro, nada menos que a formação original da banda reunida após mais de duas décadas de pausa; o segundo é o fato de a banda estar sendo acompanhada pelo baterista Jason Bonham - filho do baterista original do Led, o lendário John Bonham. Aliás, esse show de reunião do Led Zeppelin só aconteceu porque o Jason estaria com a banda; caso contrário, creio fortemente que o filme Celebration Day não existiria.

 (Esq-dir) Robert Plant, Jimmy Page, J. Paul Jones e Jason Bonham.

No repertório do Led não há músicas "ruins" ou "mais-ou-menos". Os caras só tocaram clássicos do início ao fim! E, entre esses clássicos, obviamente há hinos do Rock que encantaram uma geração inteira de rockeiros, como "Stairway to Heaven", "Kashmir", "Whole Lotta Love" e "Rock ´n´ Roll".O entrosamento da banda continua intacto - como se não tivessem encerrado a carreira após a morte de John Bonham. A presença de palco espirituosa do Robert Plant, as caras e bocas do Jimmy Page, a seriedade do John Paul Jones, a técnica apurada e precisa do Jason Bonham... tudo isso estava lá, para quem quisesse curtir.

Com um clima de anos 70 no ar, o toque de modernidade ficou por conta do visual do palco e dos equipamentos utilizados por John Paul Jones e Jimmy Page. O primeiro tocou algumas músicas num teclado sintetizador da Korg com timbres excelentes e até surpreendeu todos utilizando um baixo "fretless" numa das músicas. O segundo, ao contrário do que eu imaginava, utilizou um arsenal de cabeçotes, guitarras e pedais de efeito; e para manter a tradição, sacou um arco de violino para tocar sua guitarra numa das músicas (assim como no lendário filme The Song Remains The Same) e produziu efeitos alucinógenos com o peculiar equipamento conhecido como "Theremin".



A qualidade da imagem do vídeo, junto com a qualidade grandiosa de som da sala de cinema,  me deram uma sensação de estar, incrivelmente, presente naquele show! Foi como se eu estivesse lá, assistindo-o pelo telão. Foi uma sensação indescritível, muito emocionante, e que me fez concluir que esse seria o momento mais próximo que eu poderia ter com o Led Zeppelin (afinal, a banda não realiza turnês nem material novo desde a morte de John Bonham).

Pelo repertório, pelo clima saudosista, pelo aspecto moderno da produção, por poder viver um pouco do que vi no The Song Remains The Same, por ter sido praticamente a minha única chance de ver o Led Zeppelin "ao vivo" (mesmo não sendo em tempo real), afirmo convicto que valeu a pena demais comparecer à primeira sessão de exibição do Celebration Day. Eu senti na pele o que é um show dessa banda fantástica, que virou fonte de inspiração de gerações posteriores de músicos de Rock, e essa experiência certamente se tornará mais uma história que poderei contar para as próximas gerações de rockeiros.

O Celebration Day será lançado em DVD e CD nas lojas ao redor do mundo a partir do dia 19/11/12. Seu repertório é o seguinte:

01. Good Times Bad Times
02. Ramble On
03. Black Dog
04. In My Time Of Dying
05. For Your Life
06. Trampled Under Foot
07. Nobody's Fault But Mine
08. No Quarter
09. Since I've Been Loving You
10. Dazed And Confused
11. Stairway To Heaven
12. The Song Remains The Same
13. Misty Mountain Hop
14. Kashmir
15. Whole Lotta Love
16. Rock & Roll

Dica de rockeiro: Se você não pôde conferir essa preciosidade no cinema, pelo menos garanta o seu DVD, ok? 

\m/

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